segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Reminiscências

No interior da casa,
silêncios.

Nos fundos,
a natureza emite sons variados:
pássaros, cigarras, corredeiras.

No rio que se passa ao fundo,
levam-se não somente as águas.
Pelas corredeiras abaixo,
carregam-se também os dias.

Ecos,
quando ousam fazer algum ruído,
somente do exterior.

Quantos mais quartos,
salas e espaços,
maior a exaltação do vazio.

Concomitante à partida,
a convivência com a saudade.

Em espaços e lugares outrora ocupados,
agora ficaram lacunas, hiatos.

No coração,
o âmago ecoa um profundo sentimento de saudade de quem um dia ali passou.
Saudade que se manifesta numa profunda nostalgia que,
ainda que imensa,
fica contida em lágrimas secas, desidratadas.

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