sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Decisões

Escolhas sem critério,
caminhos errados,
travessias tortuosas.

Trechos inexoráveis percorridos,
mediante decisões afoitas.

No coração,
o andar por caminhos que não se queria andar.

Na fronteira das muitas escolhas,
uma percepção:
que os longos e tortuosos caminhos ficam atrás das montanhas,
distantes do horizonte do olhar humano.

Mosaico


Aos ouvidos e olhares alheios,
uma apatia humana já esperada.

Na sinestesia das convulsões,
quem mais se destaca é a cegueira externa.

Dificilmente,
batidas de um coração ecoam a terceiros.

Na rara empatia,
e quando existente,
uma percepção de quão esfacelado está um coração.

Sentimentos decompostos,
fadados aos cacos, aos destroços.

Peças fragmentadas no tabuleiro da vida.

Na necessidade de prosseguir,
pegadas descontinuadas vão se arrastando pela estrada.
Em muitos passos,
a condução dos caminhos se dá pelo empurrão dos ventos,
posto que as pernas estejam fatigadas.

No coração dissonante,
uma tentativa inusitada de agrupar o que restou.

Desejos de recomposição,
de recolhimento de algumas sobras,
em detrimento a outras irrecuperáveis.

E no emaranhado dos cacos,
nasce um mosaico.

Catando destroços,
e mesclando-se com materiais distintos dos originais, 
a arte tenta recuperar um coração,
dando uma nova perspectiva de vida.

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Conversas


Depois de um longo tempo,
aqui estou.
Nas palavras, a possibilidade de materialização da dor.

Ainda que nossos contatos tenham sido limitados,
ao longo de 7 meses,
e pautados de nostalgia,
as lembranças de nossa convivência serão eternas.

No meu coração, sempre ficarão guardadas as últimas batidas dos teus.

Planos, sonhos, brincadeiras...
Quis Deus que este momento ficasse para uma outra oportunidade.

Hoje, trago-vos as gérberas.
As mesmas flores que,
um dia,
a mãe de vocês me deste.
Em cada uma das pétalas,
transcendendo a lógica deste mundo,
exalto a sublime possibilidade de tornar,
presentes aqui, a visita delas:
mamãe e a Isabela(que muito vos ama, mesmo não vos tendo conhecido).

Neste âmago despedaçado, ainda há sonhos:
Que um dia possamos, quiçá, compormos o grande quinteto.
E quem sabe lá,
no mundo da abstração,
poderíamos reparar as últimas notas musicais,
dando harmonia aos ecos de vida que,
nas últimas vibrações,
estiveram dissonantes.

Encontros nossos continuarão para sempre,
sejam nas orações, nos sonhos, nas constantes evasões do cotidiano...

Manteremos eternas saudades.

Sobre nossas corridas, acampamentos, viagens, futebol...
Talvez um dia a gente consiga acertar isso.

Caminhada

Busca por Deus, através da Eucaristia. Na procura incessante pelo sagrado,  existe um coração, exposto de misérias humanas, fadado às quedas...