Tempo que vai, que se arrasta, e saudade que sempre vem.
Canções, versos, frases repetidas, gestos, manias, afinidades…
No pensamento, nas palavras, nos cantos e espaços da casa, lembranças ressurgem no cotidiano.
Decorridos incontáveis dias, a saudade ainda bate no coração.
Face ao longo tempo que se passou desde a despedida, a contagem do relógio acaba perdendo o sentido.
Ainda assim, o tempo não foi o bastante para cessar a dor, o vazio.
O corpo já se foi há tempos, mas o sentimento de um filho ainda permanece aqui.
O teu coração pode não mais se bater, mas o meu ainda pulsa intensamente por ti.
Poesias, gestos, exaltações: nada é
o bastante para aliviar ou substituir a tua ausência.
Desejos me remetem a uma vontade, ainda que ingênua, de que possamos ainda nos encontrar.
No coração, vontades anseiam por um reencontro.
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