Pudesse eu te encontrar de novo,
ligar novamente nas madrugadas,
falar de futilidades,
extrair gargalhadas evasivas pelo tardar da noite,
ou mesmo para preencher tuas insônias.
Saberia eu,
que teus ouvidos me escutariam,
e, com braços abertos,
ainda que remotos, receber-me-ia.
Gostaria eu,
como outrora,
poder vagar contigo pelas ruas,
adentrando em estradas que não conhecia,
passeando em incontáveis locais de afinidade recíproca.
Ademais,
sentarmos à mesa,
degustarmos novos sabores,
visitar bares, padarias...
Vagarmos ao vento,
papear tolices,
ouvir histórias banais,
por mais que muitas delas já fossem repetidas.
Desejaria eu,
escutar-te os cantos,
concomitantes aos prantos.
Felicitar-me-ia em ouvir contigo,
repetidamente,
muitos clássicos: bolero, tango, samba canção.
Reviver a tua bohemia,
diante dos descritos, dos contos...
E regada à magia de um tempo que não volta mais.
Almejaria poder pedir-te ajuda,
com a premissa de que,
mesmo com tuas limitações,
e sem entender direito as demandas,
prontificar-se-ia em ajudar.
Queria eu mostrar-te os netos que,
emudecidamente,
verbalizaste este desejo:
acolhedoramente os receberia.
Ademais,
gostaria de falar-te das sementes,
aquelas que,
inconscientemente,
plantaste.
Comunicar-te-ia...
Que muitas delas germiram,
edificaram e floresceram,
conquanto não tenha visto.
Saudosismos...
Nostalgias e afins...
É...
As cores com que pintaste o quadro de tua vida deixarão eternas lembranças,
não somente as de tonicidades cinzentas.
E esta moldura ficará delineando,
eternamente, as bordas do meu coração.
sexta-feira, 12 de outubro de 2018
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