sábado, 4 de fevereiro de 2017

Reflexões

Nos arredores da praia, a clara percepção do sossego.
A temporada do agito já passou.
Ruídos e barulhos somente da natureza.
Quebra das ondas, canto dos pássaros, uivos dos ventos.
Andarilhos esporádicos e de passagem surgem somente para mostrar que o ambiente não está puramente desértico, mas não incomodam nem um pouco.
O cenário é de paz, convidativo ao descanso.
Momento de pensar em tudo com serenidade.
Ideias emergindo.
Início de um diálogo afônico entre pensamentos e imagens visíveis que nos acercam.
Neste ensejo, dicotomia entre os tempos presente e futuro.
...
No horizonte, a linha imaginária e ilusória do infinito.
E na mesma ilusão dos céus tocando o mar, uma similaridade com preocupações do futuro.
No amanhã, um emaranhado de planos, conjecturas.
Desperdício enorme com aflições, ansiedades.
Mudando o foco...
A energia que não para no relógio do tempo.
Na dinâmica da respiração, a certeza do presente.
Nesse imediatismo, manifestação de surpresas e encantamentos na simplicidade.
Aqui as possibilidades se convertem a fatos.
Pela visualização e sonoridade, o batido das ondas.
No enfrentamento final das águas com a areia da praia e os rochedos, a natureza nos mostra a dinâmica do cotidiano.
Pelos arredores, a busca em detalhes nos surpreende.
Vida pulsando por todos os lados.
Nas areias, pequenos seres defrontam-se com o movimento das ondas.
Peixes saltitantes emergem das aguas.
Gaivotas atentas sobrevoam as proximidades, e observam a vulnerabilidade de suas presas para poder capturá-las.
...
E nesta convergência de tempos, vem algumas reflexões.
Depois de alguns tempos vividos...
Quantas insônias em vão!
No olhar desmedido no futuro, o consumismo de problemas que, não necessariamente vão se consumar.
Exaurimos energias aos montes.
De forma paradoxal e um tanto pleonástica, antecipamos e sofremos com a chegada de algo vindouro que não virá.
...
O prudente mesmo é viver os fatos no seu tempo.
A cada dia, uma preocupação. 
Por mais que o amanhã deva ser planejado, em nossas mãos está o hoje.
Focar um dia por vez nos problemas pode tornar o peso das cruzes mais leve.
Talvez este seja um dos segredos do viver.
Com o foco no presente, temos a possibilidade de dedicarmos intensamente na remoção nas pedras no caminho ao longo desta travessia.
E nesta viagem diária, a certeza de deslumbrar-se com a beleza da vida, manifestada nas pequenas belezas, minúcias, e sutilezas do cotidiano.

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Busca por Deus, através da Eucaristia. Na procura incessante pelo sagrado,  existe um coração, exposto de misérias humanas, fadado às quedas...