segunda-feira, 4 de julho de 2016

Fatos tardios


 Neste mundo cheio de adversidades, fatores climáticos sempre geram surpresas no calendário das estações.
Este ano não foi diferente, e o espetáculo das árvores desta estação chegou relativamente atrasado. Cerca de um mês além do esperado.
Um pouco fora do tempo, mas chegou.
Em nossa vida também é assim: muitos acontecimentos chegam de forma tardia.
Quantas vezes os frutos amadurecem fora do tempo?
Quantas sementes lançamos na vida em terrenos com as mais variadas condições?
Temos situações, inclusive, que a longa espera se converte em esquecimento.
É curioso que, em alguns casos, obtemos o retorno da colheita em momentos que os resultados já não tem mais sentido, ou nem mais nos lembramos deles. São sonhos que se divergem nos meandros da vida, e depois se diluem nas águas do mar.
Uma iguaria perde seu valor se vier depois do seu horário, em situações que, literalmente, já se saciou a fome.
Na vida, pessoas lutam por conquistas veementes, com unhas e dentes. Debruçam-se sobre algo a que dedicam enorme esforço, deixando de lado ao que seja mais essencial.
E justamente por não ser tão importante é que, os resultados quando vêm, podem chegar em momentos já distintos e adversos, nos quais a contemplação seja consumida por uma total falta de sentido.
Desejos exauridos...
A vida tem seu calendário para cada um de nós: tudo tem seu tempo, e sem nenhuma regularidade como se esperaria para uma estação.
Entretanto, algumas colheitas na nossa vida podem já chegar com o prazo de validade expirado, sem a menor importância: sinalização de muito esforço em vão.
Que tentemos buscar sempre o essencial.
E sobre o que vale a pena: que não deixemos de esperar pelos frutos destas sementes selecionadas.   

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