segunda-feira, 20 de junho de 2016

Brevidade

Andando pelas ruas, nenhum sinal de gente.
Raríssimos carros.
Ladeiras vazias.
Nem carroças, nem charretes.
É domingo, e o frio acomodou as pessoas em suas casas.
Venta muito.
Nas calçadas, muitas castanheiras, com as copas bem grandes.
Nos ares, uma verdadeira chuva de folhas secas.
Pelo chão, um tapete natural esconde o concreto, os ladrilhos, as pedras...
A ventania sinaliza a partida.
Folhas, que antes extraíram a luz do sol e gás do ar, colaborando com o crescimento, agora se despedem dos troncos.
Já não há mais seiva, já não corre vida nas veias.
Elas estão indo, mas fizeram a sua parte: edificaram as árvores.
Na orquestra da natureza, ventos ecoam notas de um réquiem, e celebram o término do outono.
Cerra-se um ciclo.
Sinais dos tempos.
Na nossa vida, situações semelhantes.
Tudo passa, e muito rápido.
Depois de uns anos vividos, percebe-se que o ponteiro do relógio corre mais rápido do que imaginamos. Nitidamente.
Nascemos para construir e produzir algo, pra fazer a diferença.
Talvez a consciência desta brevidade da vida, e a certeza de que um dia vamos partir, seja mais um tom para se refletir: o de que temos um tempo curtíssimo para contribuirmos e deixarmos um legado.
Mesmo que a dádiva que nos foi dada seja enorme, ela não é eterna.

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