domingo, 23 de julho de 2017

Condicionamentos

No cais do porto,
um barco se prende a uma frágil corda.
Acostumado a pesadas âncoras do passado,
sequer imagina o que lhe sustenta:
uma corda bem enfraquecida.
Diferente do recorrente passado,
não se está mais preso como outrora.
A realidade desta barcaça pode mudar,
e esta mudança pode estar por um fio.
Porém, maior que a força física,
há uma inércia mental herdada,
um espólio cheio de preceitos obsoletos.
Pelos arredores,
indicações variadas avisam a possibilidade de mudança.
Muitos aspectos estão até explícitos demais,
mas a cegueira ofusca qualquer observação.
No baú de memórias,
ainda como fruto do presente grego da herança,
o enraizado condicionamento.
Na sinalização do tempo,
e iminência de novas tempestades,
o uivo dos ventos nem sequer consegue mandar seu recado.
Os próprios ouvidos não ousam escutar algo fora do convencional.
Ecos proferidos em vão.
(...)
A liberdade pode estar muito próxima,
não precisa haver sempre uma tormenta para a mudança dos fatos.
Uma leve brisa pode desestabilizar as volúveis estruturas.
A maior barreira está, em muitos casos, na amarração de velhos conceitos.
Na simples transformação do modo de olhar,
a possibilidade de grandes passos.
(...)
Estar atentos aos sinais nas cercanias;
atentar-se ao que se passa nos arredores;
escutar os ruídos do tempo;
abrir-se a novas ideias...
Componentes de auxílio para ver que circunstâncias podem sim tomarem uma linha nova.

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