sábado, 4 de março de 2017

Volver

Nas bagagens, os sinais do retorno.
Depois de um longo tempo de viagem, eis a volta.
Nos caminhos percorridos, terras distantes: algures, alhures...
Com uma locomoção que muitas vezes não significa a evasão do espaço.
No regresso, um coração de saudades.
As lembranças dos fatos vividos remetem ao desejo de reviver fatos consumados outrora.
Experiências revividas nem sempre serão as mesmas.
O tempo dificilmente repete, em sua essência, momentos já decorridos no passado.
No bom português, o pretérito é perfeito, ou seja, é fato consumado, já acabou.
Quem, de fato, um dia partiu por um tempo, raramente volta vazio ou inerte às interferências que a evasão lhe proporcionaram.
As malas físicas podem até voltarem vazias, mas o âmago não.
Dificilmente se está desguarnecido.
Quem volta, traz consigo um coração novo, incorporado de novas experiências: doces, amargas, salgadas...
Aquele que um dia se foi tem muito mais sensações que somente lembranças e saudades.
Na recomposição das peças do passado, muitos fatores novos não se encaixarão neste quebra cabeças.
Impossível voltar sendo exatamente o mesmo.
Inconcebível querer ser como dantes.
“Não se banha duas vezes no mesmo rio”.

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Caminhada

Busca por Deus, através da Eucaristia. Na procura incessante pelo sagrado,  existe um coração, exposto de misérias humanas, fadado às quedas...