sábado, 4 de março de 2017

Thánatos


No cinema, muitas películas: Invasões bárbaras, Antes que o dia termine, Quatro semanas, Antes de partir, A partida...
A proximidade com a morte é uma temática frequente no cinema.
Exemplos de filmes não faltam.
Do grego, thánatos.
No cotidiano, este drama tanatológico sai da ficção e vira uma dura realidade na maior parte das pessoas.
Em meio às circunstâncias deste cenário, manifestações, indícios, pressentimentos...
O coração bate consoante à sinalização de uma provável iminência da partida final.
Nestes momentos de convivência com o suposto viajante, um ar diferenciado.
Um misto de melancolia com a oportunidade de poder estar ali ainda para, porventura, acertar alguma pendência ou desentendimento.
Instantes em que a vida se enobrece de grandeza, ganhando outra conotação e notoriedade.
Restrições variadas de outrora acabam se convertendo em uma deliberação.
O momento assume sempre um ar de último instante.
Um extremo paradoxo de leveza e despojamento se misturam com uma dor existencial.
De modo metafórico como numa peça teatral, onde literalmente nos deparamos com a vida real, é como se estivéssemos vivendo o epílogo: hora do desfecho.
Despedidas transitórias ganham um ar mais profundo, o de adeus.
E nesta incerteza da vida, a de não sabermos exatamente se, de fato, será o último suspiro, vivemos este instante com um ar de angústia.
Sinestesias variadas: o toque das mãos, a temperatura da pele, o olhar mais detalhista, a audição mais atenciosa...
É uma explosão de sentimentos.
Inevitável o derramamento de lágrimas que, não necessariamente, são explícitas. Às vezes, elas saem secas.
Viver é isso...
Alimentamos de sinais, que nem sempre se consumarão imediatamente em fatos.
Um dia chegamos, noutro partimos.
O ponto exato de quando estes dois fenômenos se efetivam é um mistério.
Uma limitação inerente a nossa condição de humanos, a de não sabermos do futuro.
Porém, é algo que vai ocorrer com todos nós.

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