segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Brevidade

Ao longo da vida, caminhos traçados na areia.
Preocupações aos montes com frivolidades.
Noites sem sono, em vão, mal dormidas.
Inutilidades exauridas com expectativas futuras que nem sempre se celebram.
No cotidiano, pegadas delineadas em frágeis terrenos vão fluindo ao desencadear dos feitos.
Raízes inúteis que nada sustentam.
Histórias variadas que não se consolidam em manuscritos ou pergaminhos.
Nas turbulências, a falsa pretensão de eternidade vai sendo diluída ao renascimento das manhãs. E nos primeiros dias, marcas enfáticas sinalizam a falsa ideia de sofrimentos duradouros.
Na proximidade dos acontecimentos, nem mesmo a poeira e suas peculiaridades conseguem denotar quão volátil é o tempo, e quão passageiros serão os momentos.
Registros temporários da mente ousam resistir, inertemente, à brevidade das coisas.
Na vulnerabilidade do cotidiano, a memória vai desvanecendo aos passar dos dias, fadando-se ao esquecimento.
No fim, grãos de areia da história, concomitantes às preocupações, diluem-se em pó, na imensidão do deserto.
Desconstituem-se fatos.
Sem rastros, nem vestígios, turbulências etéreas pulverizam-se no movimento e ruído dos ventos.
Tudo suporta, tudo é passageiro, no bater e rolar de tantas pedras.

Nenhum comentário:

Caminhada

Busca por Deus, através da Eucaristia. Na procura incessante pelo sagrado,  existe um coração, exposto de misérias humanas, fadado às quedas...