domingo, 10 de julho de 2016

Velhice

Nos movimentos, passos lentos.
Por todos os cantos da casa, o relógio dos sinais marcando, visivelmente, um novo ciclo.
Na ampulheta, os grãos de areia consomem, de forma intermitente, o tempo.
Pelos arredores, traços de senilidade.
Ausência de forças o suficiente para cadenciar uma velocidade maior.
Impor celeridade no compasso pode gerar perda de equilíbrio.
Neste momento, sinalizações que existem, fisicamente, privações.
Hábitos básicos do cotidiano requerem uma atenção especial.
Por mais que as ideias sejam condoreiras, a cautela é importante.
As articulações já não respondem, integralmente, às ações diárias.
Conflitos entre corpo e mente.
Aos mais próximos, a preocupação constante, posto que a observação cotidiana explicite claramente as limitações do idoso.
Ao protagonista, a resistência em aceitar a realidade que o acerca: discernimento relutante em condescender com sua situação.
Estágio da vida que exige renúncia de hábitos simples do cotidiano.
Necessidade de parar ou mesmo abrandar algumas atividades que, outrora, eram frequentes, rápidas.
Fase em que o refletir deveria acontecer mais que o fazer.
A velhice é um drama que todos, de alguma forma, passarão.
Mesmo assim, creio que sementes que formos disseminando ao longo da vida podem, de certa maneira, abrandar um pouco esta dura realidade.

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