terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Conclusões parciais

Andando pelas ruas...
Muito tempo se passou...
Muitas vidas que se foram, seguindo os inevitáveis meandros da vida.
Às vezes calma, nos remansos, nas planícies.
Ora variavelmente tensa, assim como as correntezas.
Ou ainda abrupta, nas quedas e cachoeiras.
Casas antigas que não mais existem, edificações emergindo sem critérios urbanísticos e ambientais.
Não há preocupações com acessibilidade.
PCDs? Ainda não se pensou neles.
O olhar externo, nessa arquitetura às avessas, é um ingrediente considerável para traduzir o caos da vida.
Nas ruas, um andar introspectivo: mais perguntas que respostas.
Sons externos não são suficientes para sobrepor aos ecos do pensamento.
Difícil haver espaços para a razão.
Um amontoado de histórias lançados na mente foram se armazenando, criando um verdadeiro baú de memórias.
Algumas atiradas na mente de forma sutil, outras de forma abrupta ou mesmo imperativas.
Nas árvores, já não corre a seiva.
Laços afetivos – sustentados por fatores sanguíneos – completamente desintegrados.
Elos fictícios não resistiram ao fator tempo, o qual se prontificou de formalizar em vida a existência de muitos personagens.
Máscaras, que se sustentaram por décadas, não têm mais poder de persuadir, de dissimular.
Atores do teatro da vida sem demandas para novos serviços.
Na velha árvore, sinais das intempéries das relações e tradução da fragilidade humana, da indiferença e concomitantemente, da resistência.
No horizonte, há paralelamente, o símbolo da continuidade e metamorfose da vida.
Uma nova semente brotou do trabalho e se edificou: reflexos de novas portas que se abriram, num cenário em que outras, mesmo em atos evidentes de covardia, foram se fechando.
Numa alusão à observação dos sinais, assim como, de maneira enaltecida e metafórica na "Parábola da Videira", vem o pensamento pela análise dos fatos com o transcorrer dos anos:
Como o tempo pode parar para muita gente?
Como ele pode consumir lhes intensamente, fazendo lhes, nos seus constantes desacertos, inebriarem se do próprio veneno?
Quão frágeis e superficiais podem ser algumas relações!
É ...
Pessoas têm uma incomensurável capacidade de sempre nos surpreender, sobretudo aquelas que já estiveram perto de nós, pois estas podem nos fazer achar (por um tempo) que conhecemos algo delas.

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