sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Pensamentos

Viver é navegar constantemente numa estrada de incertezas. É sim, um mistério.
Por mais que se consiga evitar algumas armadilhas devido a observações e experiências já vividas, haverá sempre o novo, que pode te tornar extremamente vulnerável aos erros e enganos.
Com o tempo, começamos a entender que a vida não vai te dar todas as respostas, nem mesmo que se viva longos anos...
A longevidade não é fator de explicação de tudo.
Ao invés de se dizer que já se viu de tudo, é melhor verbalizar que já se viu muitas coisas.
O tempo não necessariamente vai curar todas as feridas. e está longe de ser o senhor da razão, conforme ditado popular.
Aliás, nem consensos da sabedoria popular traduzem realmente todos os fatos.
Normalmente, o que se tem é uma alienação coletiva.
Para a maior parte das pessoas, é mais fácil - conveniente e pouco trabalhoso - pensar ou agir como a maioria, levados sutilmente pela indução da mídia e movimentos controladores de massa.
Bom, independentemente disso, sempre viveremos com a busca de respostas, que nem sequer nos sugiram algo...
Viveremos, inevitavelmente, situações que, ás vezes, temos uma completa falta de sentidos...
Uma profunda anestesia, etimologicamente falando. Nenhum jogo sinestésico de ideias ou sugestões: eco, fumaça, cheiro...
Noutra abordagem mais material eu diria: momentos em que até uma bússola se perderia.
Enfim, nenhum instrumento que nos dê um caminho..,
E neste cenário, um universo repleto de porquês.
Diante disso, a única forma de aceitação do inexplicável pode ser depositada na crença de que há um propósito maior para nós, perante o olhar do Criador.
Racionalizar e tentar viver este conceito já ajuda bastante, diante do universo de interrogações e questionamentos que sempre é comum do ser humano fazer.
Outras questões...
Pessoas podem sair da sua vida sem necessariamente ter partido...
Se à partida não for deixada uma mínima semente de saudade, é porque o relacionamento era extremamente desnecessário e dispensável.
Transcorridos certos acontecimentos com indivíduos que, outrora foram próximos, o melhor convívio é o abster-se. A melhor conversa é o silêncio.
Depois de um tempo, somente um amor forte pode manter e justificar o vínculo entre as pessoas, uma vez que a convivência está sujeita a erros, decepções...  
A prática ou mesmo tentativa de ações mais humanas nem sempre são determinantes para resolver problemas diários e recorrentes, porém são capazes de gradativamente trazer a paz interior.
Nem todos têm a oportunidade de comprar uma cama de ouro. Isso nem deve ser uma meta: é algo fútil. A verdadeira riqueza está na serenidade do sono, e a paz da madrugada, num momento em que o silêncio do dia faz ecoar os sons internos e contestações da consciência.
Às nossas ações, por mais determinadas e criteriosas que sejam, nem sempre estarão fadadas ao sucesso, mas o caminhar dos passos é sim necessário, mesmo que em muitos casos a derrota seja algo inevitável. A consciência disso não pode ser fator de nos deixar imobilizados.
Se o fracasso for resultante de ações que, embora perdendo lutamos com dignidade, acredito que exista ai uma vitória, mesmo que seja a do dever cumprido. 
Só o fato de nos ser dada a vida com saúde e mãos dispostas a lutar já é sim um componente positivo para mantermos nossa jornada.
Um dos segredos de se evitar a decepção é não criar expectativas. 
Não se deve esperar tanto das pessoas e do mundo...
Não podemos pedir a Deus por coisas que nós, primeiramente, devemos fazer...
Antes de pedir que Ele nos dê o peixe, precisamos lançar as redes em locais devidos.
Por fim... o que não se pode deixar de ter: coragem e de sempre querer buscar o melhor.

Nenhum comentário:

Caminhada

Busca por Deus, através da Eucaristia. Na procura incessante pelo sagrado,  existe um coração, exposto de misérias humanas, fadado às quedas...